Caríssimos. Eis que o ano económico de 2009 chega tão rapidamente ao fim como uma garrafa de poncha na secretária do Alberto João Jardim.
Depois da tempestade bolsista de 2008, o ano fica marcado pela valorização bolsista de trinta por cento em 2009, os alegados crimes de colarinho branco no sistema político e bancário, e o facto da Carolina Patrocínio ter ficado satisfeita com o fim da recessão técnica. Ninguém acreditou que a recessão terminou quando anunciada pelo governador do BdP, o Ministro das Finanças ou até um tipo com nome de filósofo, mas quem pode dizer que não acredita numa carinha daquelas, mesmo que esta apenas consiga identificar uma percentagem quando afixada numa montra da Guess?
Exceptuando o hype bolsista, o ano económico de 2009 foi no entanto mais decadente que o comércio tradicional, o Partido Comunista ou as páginas centrais da revista Gina. Infelizmente vários escândalos económicos vieram a púbico durante 2009, quando deveriam ter ficado escondidos no mesmo armário onde está o Cláudio Ramos.
Com operações como a Furacão, Face Oculta e Nariz Vermelho, senti a PJ e os Drs. Palhaços a farejar as minhas contas e decidi acompanhar o meu dinheiro que ia de férias para as Cayman, onde eu e o falecido Samuelson lavámos mais carpetes que todo o franchise da 5àSec. Entretanto já cheguei a Portugal com escala em todos os países possuidores de máquinas de lavar euros. Já começava a ficar um tudo-nada cansado de passar os dias a arear berbigão com a língua e saber-me sempre a goiaba.
Assim, com a proximidade das festividades e o convite das autoridades caymanenses para ser encarcerado devido a transações alagadiças com menores de idade, enchi uma mala de cartão com dinheiro, alojei-me na voiture, que por acaso era um barco, e meti-me na auto-route para abandonar as ilhas.
E pronto, eis que sem grande PIB, emprego ou lubrificante político chega o fim-de-ano a Portugal que me encontra novamente rodeado por meninas de terras do calor como Jacaréparaseucú, Cliterópolis ou Luanda, com as tragédias Varístas já atrás das costas e o Oliveira e Costa na Vara de um tribunal. Ironia do destino, uma fuga rápida a um paraíso fiscal e vários molhos de notas de euro fazem com que o yours truly esteja pronto para outro ano de marosca que se adivinha muito jeitoso e lucrativo, com uma OPA à Cimpor e tudo. Tudo o que meta o Manuel Fino ao barulho é usualmente seguro e rentável, mas pelo sim pelo não, vou comer as doze passas e a empregada da Carolina Patrocínio.
É a Economia, crédulo povo.