Hoje estou tristonho porque a Economia que eu conheço levou um tombo tão grande como a carreira do Júlio Isidro. Bem me parecia que a nomeação do ministro da economia Vieira da Silva não era um bom presságio. Um indivíduo que está ao mesmo tempo a olhar para o jumento e para o romani, haveria de descobrir na economia paralela (penso que a vê com o olho esquerdo), vários ciganos, uns poucos burros e alguns que acumulam.
Bem, estava eu a passar o espanador nos recantos da minha doméstica venezuelana, quando sou interrompido pela notícia de que a Polícia Judiciária fotografou o Armando Vara a aceitar um saco das manápulas do Godinho Sucateiro. Isto em pleno parque de estacionamento de um bar de meninas muito jeitoso na zona do Entroncamento e recorrendo à transvaza de um carro para o outro. Alegadamente seria um saco de plástico tão carregado de notas quanto uma criança talibã de explosivos e serviria para consumar um suborno. É assim que a profissão de lobista cai na descrença popular: Um saco de plástico!
Que falta de classe. Quem cresce a trocar os esses por xis, é alimentado a chouriças de porco bêbado, e perde os três com uma prima direita ao som de Quim Barreiros, nunca deixa realmente de ser provinciano. Claro está que de um amestrador de resíduos urbanos com a mesma civilidade de um bosquímano não esperaria muito mais, mas o Armando Vara já está há tempo suficiente em Lisboa e no BCP para conhecer por fora, e principalmente por dentro, uma mala de alumínio com abertura biométrica recheada de notas de euro não marcadas.
Mandam ex-governantes fazer o trabalho de homens e depois é o que dá... cadeia. Não entendo esta fixação da economia paralela por ex-governantes. Até porque é gente que chama muita atenção, embora talvez não tanto como um alegado cúmplice chamado José António Chocolate Contradanças.
É a Economia, vara de incompetentes.