Ontem à noite fiquei aturdido com o tratamento felacial holístico que quatro militantes de base do PSD me deram ao cavaco, enquanto eu me ocupava gritando vivas a Passos e comparando os tamanhos de pénis de Paulo Rangel e Manuela Ferreira Leite. Assim, e de modo a esquecer o congresso, pensei em pegar nas novéis 110 páginas do Plano para Enrabar o Contribuinte (PEC) e fazer um serão de leitura. Ou seja, a menina da Jota que trouxe de Mafra presa na bagageira do Aston lê, e eu empurro-lhe as medidas pelo pacote acima.
Na realidade a pequena laranjinha começou a aborrecer-se logo com o índice e acabou por adormecer com uma medida entalada nas partes privatizadas, pelo que apenas hoje tomei cabal conhecimento da enormidade do PEC, que acaba por ser equivalente em tamanho ao descaramento do governo em dizer que não aumentará impostos, ou ao topete do Paulo Rangel em ir para o congresso com ideias plagiadas de um velho vendedor de castanhas – ex-combatente no ultramar e saudosista do antigo regime ao ponto de designar o povo africano como “o preto”. Um pouco como “o porco é animal do qual se aproveita tudo”.
Anyhooo, estava eu a acabar de ler o PEC e a pensar que seria melhor o Teixeira dos Santos contratar uma maralha que seja profissional no assalto à mão armada ou do fiscalismo maso-catastrofista, até porque este plano contém várias alíneas claramente delegáveis ao Gang do Multibanco, a uma máfia de Leste ou à narina esquerda do tubérculo de Medina Carreira, quando o Ministro das Finanças me liga para contratar os meus serviços de consultoria especializada em ações desviantes de divisas, apropriação de ativos de terceiros e perfuração atípica dos rabos da classe média. Que é como quem diz, roubar ao contribuinte como se não houvesse amanhã e dar-lhes com o grande, grosso e negro tapa-défices por forma a que só consigam sentir o coxis lá para 2014.
Para alívio deste mabeco que vos escreve, da maitresse da agência de acompanhantes onde tenho uma conta PPR (Pacote de Prostitutas Rabejáveis) e até da maioria de contribuintes que não deduz despesas de Halibut, ganhei carta branca do Teixeirinha não só para decidir sobre quais as despesas dedutíveis em sede de IRS como para ribombar os rabos dos trabalhadores por conta de outrem.
A título de exemplo posso desde já informar que tenciono acabar com esse incómodo que é a menstruação. O caro Deus que vá cobrar amortizações e juros sobre a criação da vida a uma espécie animal menos sexualmente ativa, tipo ao elenco da Lua Vermelha. Os comprimidos para dor de cabeça passam a ser não dedutíveis, o que acaba com as desculpas das senhoras para recusar sexo. Os vibradores e dildos passam a ser dedutíveis a 300%, até porque devia este favor à Ana Malhoa, à Carla Matadinho e à filha da minha porteira.
É a Economia, sodomizado contribuinte.