Esta crónica de hoje apanha-me em casa de um amigo a enumerar as maiores camelices nacionais, enquanto este aguarda para saber se vai ganhar um novo gadget de tornozelo à conta do processo Face Oculta.
E chegámos à conclusão que arranjar o número de telemóvel da Orsi Feher e não lhe ligar por ser de uma rede diferente da nossa, ter a Diana Chaves na cama e não amarinhar por ali adentro porque o namorado é jogador do glorioso e ser apanhado a ser corrompido com dez mil euros quando se ganha quinhentos mil por ano estão no top das maiores camelices (chamemos armandovarísses) de sempre.
Mas para além de enriquecer os noticiários das televisões e páginas de jornais com a maior asneirada que um lobista económico pode fazer, Armando Vara engrandeceu igualmente o léxico português.
Se não vejamos. Uma armandovarísse é agora uma nova forma de estupidez. Um assalto à vara é um crime económico praticado por um ex-político mas que falha de forma olímpica. E um varapau de corrida é um tipo que se move na esfera política e que é imbecil o suficiente para se meter com sucateiros. Ah, e uma vara continua a ser uma quadrilha de porcos.
Eu dou um exemplo rudimentar, que até a Carolina Patrocínio entende. O Paulo Penedos, que agora tem o ânus tão apertado como o de uma freira carmelita quando descobre que está grávida do prior, fazia-se deslocar num Ferrari 550 Maranello. Ora, um advogado medíocre, de vinte e poucos anos e de Vila Nova de Poiares tem mesmo de ter uma enorme poia na cabeça para achar que passear num Ferrari pelo paralelo de uma vila não é igual a um néon gigantesco em cima da cabeça com a palavra “corrupto”. Este tipo é o protótipo do varapau de corrida.
No entanto parece que tudo isto vai mudar, até porque o Presidente da República convocou o Presidente do Supremo para um encontro ao mais alto nível. Infelizmente, não consegui verificar o resultado dessa decisiva manobra pois também eu estive preso numa reunião de alto nível.
Acontece que a agência enviou uma acompanhante de dois metros, e eu, tal como o Noronha do Nascimento fez em Belém, tive de me deitar e fingir de morto, pois jamais conseguiria trepar pela mulher acima. Ou seja, tal como o Presidente do Supremo, recebi uma bomba no meu gabinete e não sei muito bem o que fazer com aquilo. Ah, já sei... mando de volta.
É a Justiça, Pinto Monteiro.