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TIAGO DaCUNHA CAETANO

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É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!

Nada como uma orgia queiroziana para afastar a peste de Sócrates.

Confesso que desde que acabou a história do Freeport que aguardo com alguma impaciência que alguém anexe o Sócrates a qualquer outra coisa socialmente repugnante. Ao caso Casa Pia, a uma herança luso-brasileira, à Brandoa, qualquer coisa. Curiosamente, sempre que um diretor de jornal decide ligar Sócrates a algo ruim, ignóbil e insignificante, nunca se lembra de inventar uma relação amorosa com o Miguel Relvas. Para mim, não só era óbvio como menos penoso que vê-los tentarem fazer política.

Ou então ligado a um plano diabólico para apoiar o Manuel Alegre tardia, tímida e incipientemente por forma a ajudar o Cavaco a ganhar na primeira volta, plano esse engendrado pelo António Vitorino. Sempre que uma estória mete anões o povo fica sempre entretido.

Ou ainda que o Rei dos Gnomos é na realidade o primo escondido de Sócrates entretanto descoberto num edifício tipo mosteiro em Torres Novas, a aprender a arte bundista da paneleiragem e que só por acaso deu-se o percalço de matar pessoas. Não?

Nada! Nem um caso! E é pena, porque lixar a vida ao Sócrates faz os consumidores esquecerem a sua pobreza de vida, aumentando assim a sua confiança para consumir. Parece que o povo fica mais alegre, gastador e libertino. Deve ser algo como: “Estou? Querido!? Olha, estão a lixar o Sócrates novamente! Compra aquela televisão de cinquenta polegadas que tanto querias e, se chegares cedo a casa do centro de emprego, faço anal enquanto vemos o Canal Parlamento e tu podes chamar-me deputada!”

Anyhoo, estava já eu a fazer contas a um negro segundo semestre de 2010 em termos de consumo quando o Secretário de Estado do Desporto inventa o caso Carlos Queiroz. Afinal ainda há governantes que trabalham em prol do país.

Não há nada como um bom regabofe para distrair o povo e aumentar os níveis de confiança, e uma orgia queiroziana vem mesmo a calhar. Ele é referências a vaginas das mães de médicos, dopping e negligência, polvos e caldeiradas com faltas de urina, conspirações governamentais e entrevistas despropositadas, e jogadores de futebol e até o Paulo Ferreira que desistem da seleção. “Os Maias” recauchutados.

Quanto maior for a orgia, mais o povo se distrai de coisas deprimentes como desemprego, estar na cauda da Europa e programas do Júlio Isidro, e aumenta o consumo interno. O Sócrates tem pago os seus erros em escandaleira, chegou a altura de Queiroz pagar.

É a Economia, selecionador nacional.


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