UNAS RFM - O Livro (TCC)
mariana
E já cá está o Rui Unas, que hoje parece que nos traz uma história paranormal.
Joana
Ao contrário dos outros dias em que é só anormal.
Rui
Xiu! Desagradável! Fica sabendo que eu sou um autor literário consagrado, ok? Tirando uns quantos zeros à direita, as vendas do meu último livro são muito parecidas com as vendas do José Rodrigues dos Santos!
Mariana
Boa, Rui!
Joana
Espera lá. Tirando quantos zeros?
Rui
Todos os zeros. Posso continuar? Obrigado. Bem, no outro dia a estava pensar no meu novo livro, e decidi escrever uma história de mistério assim um bocadinho como as histórias do José Rodrigues dos Santos.
Joana
Interessantes?
Rui
Não. Inspiradas noutros autores.
Mariana
E é um mistério paranormal?
Rui
Se é, Mariana! Quando conto esta história fico mais arrepiado do que a prateleira da Miley Cyrus ao olhar para um martelo pneumático. Bem. Então a história começa assim. (voz misteriosa) Ao procurar alguma literatura vintage no sótão...
Mariana
(interrompe)
Literatura vintage?
Rui
Uma colecção de revistas Gina. Podemos seguir? Ok. (voz misteriosa) Ao procurar alguma literatura vintage no sótão, o meu personagem de nome Tomé Noronha encontrou um livro que não reconheceu como seu.
Joana
Tens noção que o nome Tomé Noronha é muito parecido com o herói dos livros do José Rodrigues dos Santos?
Rui
Peço desculpa, mas é totalmente diferente. O meu herói é mais ou menos careca e tem uma barba grisalha.
Mariana
Ah, então é parecido contigo!
Rui
Lá por ter barba não implica obrigatoriamente que o personagem seja parecido comigo. A euro-deputada Ana Gomes também tem alguma e não é parecida comigo. Seguindo. (voz misteriosa) Tal como os abdominais da Carolina Patrocínio, a capa do livro encontrado pelo Tomé estava trabalhada num lindíssimo baixo relevo. Só que ao abrir o livro, o Tomé percebe que a beleza da capa esconde um interior vazio de conteúdo. Não se espantou. Ao fim ao cabo acontece o mesmo com a Carolina Patrocínio e nós gostamos.
Mariana
Como assim, vazio de conteúdo? Estava em branco?
Rui
Não, Mariana. Cada página deste livro continha uma data de números espalhados ao acaso, com a clara intenção de nos baralhar. Um pouco como as contas do BES, portanto. E embora sendo um famoso criptógrafo professor na universidade de Coimbra Sul, o Tomé Noronha não consegue decifrar o mistério daqueles números.
Joana
Isto está cada vez mais parecido com um livro do José Rodrigues dos Santos!
Rui
Xiu. (voz misteriosa) O Tomé fecha-se em casa durante dias a tentar desvendar o mistério, mas as vibrações negativas não param de aumentar.
Mariana
Vibrações negativas?
Rui
Sim, tinha o telemóvel no silêncio e o banco não parava de ligar. E de repente... uma revelação atinge-o como se tivesse recebido um choque eléctrico.
Joana
Teve uma epifania?
Rui
Se chamares epifania a uma bonita vilã pela qual ele se apaixonou estar a ligar-lhe os mamilos a uma bateria de automóvel, sim. (voz misteriosa) Vai daí, o Tomé apanha boleia num avião da CIA, e vai ao único sítio capaz de resolver este mistério do livro de uma vez por todas: o Vaticano.
Mariana
E resolveram?
RUi
Em dois segundos. Era um livro para os putos aprenderem a desenhar por números. No final, a vilã morre e o Tomé passa para o próximo livro. Ân...! Que tal?
Joana
(suspira)
Primeiro: O Tomé é um bocado parvo. Segundo: isso é praticamente um plágio do José Rodrigues dos Santos.
Rui
Olha, Joana... Primeiro: O Tomé é um personagem espectacular. Segundo: Dan Brown.