Este site recorre a pastelaria variada para lhe poder oferecer uma experiência mais agradável. Não consegui, mas tentei.

TIAGO DaCUNHA CAETANO

BLOGUE

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!

A minha cresceu ao ver a seleção espetar sete. E a vossa confiança na economia, como ficou?

Deus nosso Senhor é testemunha que o futebol não é coisa que me desperte interesse, até porque sou adepto do Sporting e faz já alguns anos que é para mim mais divertido ver três reformados jogar dominó.

Deus nosso Senhor sabe igualmente que com tanto futebol a ocupar a TV a vontade que me dá é mandar cortar a eletricidade no quarteirão, até porque vivo perto de Sócrates e dava muito jeito ao país que ele batesse com a cabeça na esquina de uma mesa ou entalasse a língua na dobradiça da Fernanda Câncio.

O Mundial está a ser um rombo na já mole, frouxa e de próstata inchada economia portuguesa. Como se já não bastasse o Plano para Enrabar o Contribuinte e um primeiro-ministro keynesiano (leia-se desastrado), com tanto patriótico futebol é que a infeliz nem com comprimidos da cor da Europa arrebita. Foi já provado por pessoas que entendem de economia, não falo portanto de João César das Neves, que cada jogo da seleção nacional custa 74% à produtividade do país e uma dor de cabeça colectiva derivado das vuvuzelas ou dos comentários do Paulo Bento aos jogos. Ainda assim menos penoso que ver o Miguel Relvas a tentar fazer política.

74%. Este número de absentismo só é superado em alguns institutos públicos à hora do soduku, ou pela minha empregada que teima em aspirar vestida apenas com botas de napa preta com salto plataforma. Escusado será dizer que quem lhe faz o rombo pela traseira sou eu e que se lixe o cotão.

Anyhoo, estava eu a contar as sardas das costas a uma turista britânica enquanto ela guinchava “fuck me” em libras esterlinas quando a seleção lusa espeta também ela 7-0, mas na Coreia do Norte. Ora, isto é coisa que inspira ao dinamismo e à produtividade até um jogador de golf. Excepto ao Balsemão, que não precisa disso. Tem dinheiro e poder suficientes para mandar um buraco 18 sair do green e vir até si.

Este resultado para além de abrir oficialmente a época de caça aos Manueis Josés, deu-me uma ideia para estimular a economia portuguesa e quiçá europeia. Liguei de imediato ao Zé Blatter que, mesmo ocupado com uma acompanhante africana que lhe polia as Jabulanis com a língua, deu ordem para eu avançar com o plano e também para a menina zulu lhe soprar na vuvuzela.

Assim, e para o bem da economia europeia, a final do Mundial será Portugal – Espanha apitada por um árbitro grego daqueles jeitosos com contas. Quanto à Angela Merkel vai calçar umas galochas para tapar os buracos da relva ao intervalo.

É a Economia, tribo do futebol.


ARQUIVO